quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Rio de Janeiro, 27 de Janeiro de 2009.

Saudações!

Ao observar o que se tem mostrado na mídia internacional sobre o conflito ocorrido entre Israel e Hamas, penso:

Que, mesmo após o advento das instituições e idéias de um Iluminismo os auspícios da Independência Americana ou Revoluções na Europa, esta por sinal dentre uma miríade de motivos também se alicerçou numa revolta ao Cristianismo, seja Católico ou Protestante e mesmo assim adota alguns erros. Ainda vejo resquícios do anti-semitismo cristão nos corredores dos palácios das nações européias. casos como de Dreyfuss numa França "Filha da Revolução" ainda ecoam em silêncio pelos contornos da Mulher de seios nus imponente e pujante, empunhando o pálio das três máximas que derribaram as portas daquela nefanda Bastilha. França esquecida de homens como os Marechais Soult e Massena, judeus (considerados por Napoleão seus melhores estrategistas). Europa da ordem aos oficiais de cartório de se porem nomes em alemão aos judeus em detrimento de seus em hebraico ou íidiche(que para os melhores sobrenomes era alto preço, destarte, os que não podiam, ganhavam pejorativos) em 1787 na Áustria de José II ainda vociferam em sussurros perigosos. O que dizer portanto de cossacos que amarravam judias, arrancavam-lhe o feto e em seus ventres costuravam um "gato vivo", se isto pode parecer surreal ou fantasioso ao Mundo é andar pelas fímbrias históricas da intolerância humana por algumas décadas; hás de contemplar uma Alemanha tísica pela opressão da cupidez dos poderes e rendida à humilhação, deitar sua fronte ao peso de perversa guante do Nazismo. Este por sua vez, oxalá fosse um "produto final" de todo um pensamento de aversão ao diferente, maciçamente anunciado às luzes da ribalta das grandes catedrais sob a égide de uma cruz. Mensagem distorcida, pelo que sim, pois havemos de convir que Jesus era Judeu, cumpriu seus ritos como um judeu, e em hipótese alguma pregou a discriminação do diferente. Pregou diálogo e não desentendimento. Pois bem, a mesma Europa que tentou massacrar um povo sob ordálios insensatos e que se horroriza ao ver a que ponto chegou seus anseios e aspirações, por que sejamos cônscios que o Nazismo era admirado no Mundo e sua pregação ouvida de pronto antes da Guerra, cumpre notar. Lembrar de um navio abarrotado de famílias judias foragidas da Polônia semanas antes da invasão alemã ser barrado no Porto de Nova Yorque e ao voltar para o seu país todos foram conduzidos para a morte como reses ao abatedouro. De cerca de mil e trezentas almas daquele navio, talvez uma mera dezena para menos tenha sobrevivido. Os EUA eram anti-semitas, mesmo apesar de uma presença judaica em seus âmagos diversos. Havard não aceitava judeus até 1935 aproximadamente. Não eram negros os perseguidos pela Klu-Kux-Klan. Chaplin é vaiado na estréia de "O Grande Ditador", paródia ao regime hitlerista. Boa parte dos soldados das Waffen-SS (exército paralelo do partido nazista) eram americanos que atenderam o "chamado de Nuremberg", assim como em outras nações. Os pára-quedistas aliados na Normandia fizeram muitos prisioneiros assim. Devemos ver também que haviam até mesmo judeus nas fileiras nazistas, cridos na filosofia ariana. Penso que o Nazismo na verdade mais que tudo, aflorou no homem o sentimento de poder segregar mesmo seus pares (os judeus de Nova Yorque não se mobilizaram para atracar aquele navio de "judeus pobres poloneses"). A Guerra acaba e conseqüentemente, a Europa também. Numa espécie de "Mea Culpa" as nações decidem oferecer o nascimento do Estado de Israel o que na verdade era uma forma de resolver a situação das vagas de despatriados judeus oriundos dos campos de concentração. A Palestina era protetorado britânico e sob sua administração que nada fez de avanço é lugar devasso, esquecido. Aquele povo que perdera tudo adentra aquela terra e constrói uma Nação. Mas, a sombra ainda paira, agora entre os palestinos. A força do Hamas remetida à intolerância não é égide de seus povo, mas, nunca se mostra isso na mídia, nãoaudiência. O incentivo desta horda de insensatos está na omissão daqueles que pregam a liberdade numa Europa também. Como explicar que será tirado o Holocausto dos livros escolares? Isso demonstra que ainda não se aprendeu e, temido disso, talvez entenderíamos se não fossem mais de seis milhões mortos em câmaras de gás e inúmeras atrocidades e sem contar a totalidade da ceifa da morte em anos de trevas, em torno de trinta e cinco milhões de vidas. Pouco? Parece que sim pois, não está merecendo nem nota de rodapé na História para nossos filhos. Por motivo algum foram mortos; por nenhum motivo assim o serão lembrados, eis a nova descrição daquele horror. Creio, que a grande mensagem das religiões é a aceitação do diferente. É nele que vemos nossos erros, por isso de início podemos repudiar. A falta de conhecimento ao ser remete-o a intolerância do inóspito por que gera o doído mas, fascinante "conhecer a si mesmo". O oposto o desafia na busca, questiona suas razões, lança-o a catarse de seu Universo. Faz evoluir. Infelizmente a Humanidade se contenta com as palmas de bajuladores, com o simples gesto da concordância do que fazemos, do que pensamos. Agora falo da ONU. Como pode uma instituição elencada nos conceitos de Estados Reconhecidos e repudiadora das atitudes insanas de terroristas se mostrar a favor do lado violento? Financia escolas do Hamas sem sequer fiscalizar o que ensinam. Ensina-se destruir Israel. Dizem que é desleal a força aplicada por Israel contra o outro exército, mas, jamais condenam este segundo quando ele quebra o "princípio de distinção de alvos" uma das leis mais antigas das guerras da Humanidade, embora sempre vilipendiada. Atacam alvos civis judeus sem nenhum pudor o que também pelo código de Genebra é crime hediondo de guerra. Enquanto que os caças e helicópteros de Israel lançam panfletos avisando de ataques e invasão de suas tropas aos palestinos (o que é um absurdo em conceitos estratégicos pois se expõe as tropas, ocasionando baixas). Milhões de mensagens foram enviadas aos celulares de palestinos pelo governo de Israel avisando da evacuação, ficou quem quis ser cúmplice, "pronto para morrer pelos seus mártires", assim disse um. Daí, o secretário da ONU condena o ataque com munição de fósforo branco (proibida por regras internacionais) que Israel utilizou. Sim está errado, sejamos justos. Mas, agora a ONU tem autoridade para repudiar por que alega que Israel é estado reconhecido??? Outra coisa, onde estão os outros povos árabes que ao invés de repudiarem os ataques do Hamas e abrirem sua mesa para a "Força do diálogo" ao invés de proclamarem em seus conselhos o "Diálogo da força" para com Israel ( a última reunião dos povos árabes teve essa tônica, anunciada com tom interessante pelos jornais da BBC). Ao que parece, confabulando, arrisco aqui, os árabes aliciam o Mundo Ocidental promovendo uma inquisição que era legado do Mundo Cristão Europeu, algo que como um cão busca o graveto para seu dono para agradá-lo. É claro, pois existe um jogo de interesses financeiros . E os "mártires de Alah" são apenas a ponta da espada, nada mais que fanáticos, mas, crer é algo útil para os que se usufruem deste conceito. Alguém ouviu de Osama Bin-Laden que ele seria mártir? Você morre por ele mas, não espere a reciprocidade. O risco do fundamentalismo está . Ele interessa aos líderes que manipulam a mente dos adidos da crença imposta aos seus corações. Enquanto não houver um esforço do entendimento das Nações e a aceitação do próximo, seja este diferente ou não de nós viveremos essa loucura de desvalores em nossa Humanidade.

Marcos Davi Duarte da Cunha

Ut Habere Sapientia Pro Omnes