quarta-feira, 25 de março de 2009

Inserção pelo escriba no texto de Juízes, cap. 18 verso 30.

Os levitas eram oriundos da tribo de Levi da qual também era Moisés. Tinham atribuições de zelo para com o tabernáculo e observância do culto em Siló. Mas, pelo que vemos alguns tinham se corrompido em pequenas situações até enfim a de idolatria. No texto original de Juízes, cap. 18, verso 30 o escriba se utiliza de uma inserção perceptível ao inserir na estrutura do nome de Moisés (השמ) a letra “N” transformando a palavra em “Manassés” (הש”נ”מ); uma outra tribo, que curiosamente, sua etimologia vem do termoesquecer”. Mas, como não poderia modificar o texto totalmente, vemos que a linhagem de descendência vinha de Moisés. (Livro do Êxodo, cap. 02 verso 22). Seria inadmissível para os religiosos que estas práticas tenham vindo de alguém da mesma linhagem de Moisés. O texto é apresentado de forma alarmante para com que acontecia entre as tribos; vê-se a crescente perda de força dos magistrados que nesta situação não aparecem com eficácia, como também da moral questionada dos levitas, em face de tal atitude deste indivíduo.

Em breve

Estamos trabalhando na análise do texto da Circuncisão de Gerson, filho de Moisés e em breve postaremos sobre tão enigmático texto.

Shalom!

A cultura da Púrpura (nota de Saul e a Pitonisa de En-Dor do autor Marcos Davi Duarte da Cunha)

A púrpura era extraída de um molusco denominado múrice (Murex-Muricis, família dos muricídios) que tinha por habitat a região costeira oriental do Mediterrâneo. Consistia em um pigmento obtido através da secreção de uma glândula localizada nas imediações do estômago do molusco. Outras versões do processo de obtenção da púrpura nos falam de exposição do casco deste molusco à luz solar alterando sua coloração ficando com a tonalidade tão desejada pelos tintureiros. Após a devida quara, seu casco vai para a moenda e o pó adquirido seria utilizado para a tintura. A região costeira de Canaã era rica de tal molusco. Escavações nos sítios de Tiro e Sidon revelam enormes espécies de sambaquis dos restos destes, deduzindo de uma produção de grande porte sistemático de extração da púrpura. Segundo Speiser o significado etimológico de Canaã seria “Terra de púrpura” no hebraico k’na’an-ןענכ, como também o nome Fenícia seria proveniente do grego phoiniks-φοϊνιξ que significa púrpura. A Fenícia era um forte centro de produção têxtil do mundo antigo e possuía naquele momento a hegemonia deste mercado como de outros de cunho marítimo. Albright e Maisler ratificam tal hipótese interpretando o termo como “mercador de púrpura”. No entanto, uma outra visão observada por Millard em concordância a Landsberger, afirma uma impossibilidade da etimologia do termo estar ligada com a púrpura. Porém, tal observação não apresenta uma consistência que a torne defensável.

O Domínio do aço pelos Filisteus (nota de Saul e a Pitonisa de En-Dor, autor Marcos Davi Duarte da Cunha).

O domínio da técnica de têmpera do aço que consiste numa seqüência de calor e resfriamento direto proporcionaria a confecção de espadas mais resistentes, longas e com melhor flexibilidade ao passo que praticamente toda a Palestina ainda se achava na primeira fase da Idade do Bronze. Vemos isso no relato impressionante do armamento do exército israelita sob o comando de Saul na batalha de Gilboa em que o texto nos informa de que eram equipados “apenas com duas espadas” (Primeiro Livro de Samuel, capítulo 13; verso 22). Certamente tal relato se referia às novas concepções de armamento adquiridas pela nova tecnologia monopolizada pelos reinos filisteus, tendo em vista que os israelitas possuíam armas de bronze que, por conseqüência deste material ser muito maleável, suas espadas eram bem menores, menos resistentes e necessitavam de manutenção à lâmina mais dos que as de aço temperado, usadas pelos exércitos filisteus.