quarta-feira, 25 de março de 2009

A cultura da Púrpura (nota de Saul e a Pitonisa de En-Dor do autor Marcos Davi Duarte da Cunha)

A púrpura era extraída de um molusco denominado múrice (Murex-Muricis, família dos muricídios) que tinha por habitat a região costeira oriental do Mediterrâneo. Consistia em um pigmento obtido através da secreção de uma glândula localizada nas imediações do estômago do molusco. Outras versões do processo de obtenção da púrpura nos falam de exposição do casco deste molusco à luz solar alterando sua coloração ficando com a tonalidade tão desejada pelos tintureiros. Após a devida quara, seu casco vai para a moenda e o pó adquirido seria utilizado para a tintura. A região costeira de Canaã era rica de tal molusco. Escavações nos sítios de Tiro e Sidon revelam enormes espécies de sambaquis dos restos destes, deduzindo de uma produção de grande porte sistemático de extração da púrpura. Segundo Speiser o significado etimológico de Canaã seria “Terra de púrpura” no hebraico k’na’an-ןענכ, como também o nome Fenícia seria proveniente do grego phoiniks-φοϊνιξ que significa púrpura. A Fenícia era um forte centro de produção têxtil do mundo antigo e possuía naquele momento a hegemonia deste mercado como de outros de cunho marítimo. Albright e Maisler ratificam tal hipótese interpretando o termo como “mercador de púrpura”. No entanto, uma outra visão observada por Millard em concordância a Landsberger, afirma uma impossibilidade da etimologia do termo estar ligada com a púrpura. Porém, tal observação não apresenta uma consistência que a torne defensável.

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